quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Faz-te ao largo


 
"...As bem-aventuranças são mensagem central da boa nova de Jesus e escola onde o mundo deve aprender a ser mais justo, mais fraterno e mais feliz. Cada um de nós é importante para viver comprometido e empenhado na realização de gestos de misericórdia, mansidão, paz, fraternidade, escuta…porque este é o caminho da verdadeira felicidade. Neste caminho nunca vamos sozinhos…nunca estamos sós. Caminhamos como Povo de Deus e somos Igreja de Cristo. “Na barca da Igreja, eu sou…”.
...Ao fazermos de “redes e peixes” os símbolos desta Caminhada pastoral sabemo-nos chamados e sentimo-nos permanentemente enviados em missão com ousadia profética e novidade evangélica. “Faz-te ao largo; e vós lançai as redes para a pesca” (Lc.5,4)..."
 

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

quarta-feira, 24 de abril de 2013

terça-feira, 23 de abril de 2013

Sómente Tu...

Inútil, inútil, inútil,
qualquer palavra.
Aparece-lhe, apenas.
Olha p'ra ela, simplesmente,
com essa serenidade
que só Tu e os santos sabeis ter.
Ela compreenderá.
Ela te seguirá por todos os abismos,
por todos os infernos,
pelos caminhos todos
e por todas as dores necessárias
para chegar ao Reino da Verdade.

Nem palavras, nem mesmo mensageiros.
Tu sómente, Senhor!, Tu lhe apareces
com Teu silêncio grávido da Tua
Revelação.
Ela compreenderá.

Sebastião da Gama, 
em Cabo da Boa Esperança (1946)

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Seguir

Seguir pelo caminho mais difícil é uma aventura que não sabemos onde começa nem onde acaba. Perante esta incerta certeza admira-me que ainda haja quem queira seguir por este caminho. Na realidade, não é um caminho de adrenalina no sentido moderno da palavra. É sim, um caminho de surpresa permanente. Ali onde os pés assentam no terrena plano e suave levanta-se de surpresa a maior obstáculo que pede para ser ultrapassado. Onde se elevam as altas montanhas surge a surpresa de um caminho novo, tranquilo e feliz. Nada é como se quer e nada aparece como o vêem os nossos olhos. Diante de nós configura-se uma realidade totalmente outra que nada tem a ver com o que os nossos olhos conhecem nem com o que as nossas mãos se habituaram a tocar. Diante de nós uma nova paisagem que se mostra tudo menos fácil e tudo menos impossível. Como definir o que não se conhece e descrever o que não se vê. Como falar do que não se tem e mostrar o que ainda não chegou. Só no fim se conhecem bem todas as coisas e no à chegada se pode contemplar a partida. Que mistério este da incerteza que se arrasta na única certeza do caminho. Que mistério este que do pó faz caminho e das certezas faz pó.

domingo, 27 de janeiro de 2013

Só o amor pode dar a vida

O preço do amor é o mais elevado que se pode pagar. Perceber a vida sem arriscar perdê-la é não perceber a vida e não vivê-la. Não há nada mais importante que o amor e, no entanto, é precisamente o amor que nos leva a vida. Quem não ama não dá a vida e quem dá a vida dá-a por amor. Guardar para si é ficar só, pobre e morrer sem vida porque é viver sem amor. Nada há de mais valioso que a vida nem preço mais elevado que o amor. Cada um só tem o que pode pagar e só paga aquilo que deseja. Por isso, só dá a vida quem tem amor para pagar e só paga com amor aquele que deseja dar a vida. Todas as coisas se desvanecem no horizonte do esquecimento excepto o amor que paga a vida e a vida que se dá por amor. A eternidade não é outra coisa que a vida transformada em amor e o amor transformado na plenitude da vida. A plenitude é a altitude da doação e só alcança o ponto mais alto quem vive e morre por amor. Não há outro preço, não há preço mais alto. Nada se pode comparar à alegria de quem morre por amor.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Se quiseres


 
Porque é tão caro o que é gratuito? Desperto sonolento com o pensamento no gratuito da vida. Assalta-me a atroz consciência de que é fácil comprar e vender mesmo quando se tem pouco dinheiro. Tudo nos chega às mãos de mil maneiras e sempre a comprar e a vender. Reclamamos mas compramos e compramos sem pensar. Muito ou pouco, a verdade é que todos os dias alguma coisa nos cai nas mãos, fruto desse ato inconsciente de comprar e vender. Inconsciente, sim. Já não pensamos. Compramos, pagamos, levamos para casa. Às vezes ainda reclamamos achando que é caro, mas logo, logo, já passou e esquecemos. No entanto, quando chega a oportunidade, e ela chega todos os dias de mil maneiras diferentes, de realizar um gesto gratuito, começamos a pensar se devemos ou não devemos fazer, se o outro merece ou não merece, se é esta a oportunidade ou se deixamos para amanhã. A maior parte das vezes fechamos as mãos, calamos o coração, desviamos o olhar, desculpamo-nos com as nossas dificuldades, hibernamos o amor, pactuamos com o egoísmo, dispersamos simplesmente e torna-se tão caro o gesto gratuito, que não temos capital suficiente para o realizar. Entretanto ouvem-se vozes a gritar: "Se quiseres podes..."